Internacionales

Brasil | Nova revisão baixista do crescimento esperado



Economia

O cenário econômico, no curto prazo, pode ser resumidos em uma única palavra: incerteza. Em boa medida, a recente redução da projeção da Tendências para o PIB de 2019 foi resultado de mais um choque negativo na confiança dos agentes econômicos, à luz do quadro político instável e dos resultados de atividade que frustraram as expectativas iniciais. O PIB do primeiro trimestre alarmou os agentes econômicos ao materializar a decepção com o ritmo de retomada do crescimento. A retração econômica na margem resultou em nova revisão baixista do crescimento esperado para o ano, de 1,6% para 0,9% (abaixo do resultado do ano passado). O dado mais alarmante com a projeção de 2019 é que ela não retrata uma mudança do cenário com relação à reforma da Previdência. Dito de modo mais direto, as revisões baixistas para atividade ocorreram, a despeito da manutenção do cenário de aprovação da reforma. Há crescente percepção de que a economia brasileira enfrenta restrições decorrentes de choques de demanda, o que deverá resultar em pacote de medidas de estímulo para o consumo, com destaque para liberação de recursos do PIS e do FGTS. O panorama macroeconômico, em linhas gerais, segue na direção correta. O quadro inflacionário continua favorável, devido à combinação de resultados correntes positivos e ancoragem das expectativas para 2020. As incertezas políticas, contudo, ainda inibem uma redução adicional da Selic, a despeito do crescimento abaixo do potencial. Naturalmente, o quadro de incerteza política explica a decepção com a recuperação econômica. De todo modo, os dados recentes mostram o peso negativo dos choques de demanda.

Política

A disputa entre os poderes ganhou novos contornos com a emergência de novas manifestações sociais de apoio e de oposição ao atual governo. O contexto em torno da reforma da Previdência segue instável, mas ainda não há obstáculo intransponível para sua aprovação. Na verdade, os ensinamentos mais recentes do governo Bolsonaro apontam para um paradoxo: crise de confiança, a despeito do encaminhamento da reforma da Previdência. O risco de reforço da oposição e a pressão do eleitorado de centro-direita mantêm a reforma no centro da agenda, diante da falta de alternativa crível para o sucesso econômico. De todo modo, há um esforço para votação da reforma na Câmara ainda no segundo semestre. O risco, contudo ainda é alto. O recrudescimento da disputa pela “voz do povo” deu espaço para manifestações sociais. O governo, mais uma vez, mobilizou seus apoiadores como forma de pressionar a “velha política”. A despeito dessa intenção política, o contingente relevante de pessoas em defesa do governo mantém os sinais de que esse eleitorado de centrodireita deseja o encaminhamento da agenda reformista. Naturalmente, a perda de popularidade presidencial deve reforçar a greve geral a ser realizada ainda neste mês. A fraqueza da economia deve resultar no anúncio de medidas estimulativas para a economia brasileira e dos planos de recuperação fiscal dos Estados. A expectativa é de aprovação do relatório da reforma previdenciária ainda em junho na Comissão Especial. A votação completa na Câmara é viável,mas o risco de atraso segue elevado.



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