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Brasil | Conflitos de política econômica sem solução política



Economia

Sob o prisma da construção da estabilidade macroeconômica, 2020 deveria ser um ano voltado à política fiscal. Medidas de controle de gastos se tornaram imperativas para evitar um cenário de acionamento dos cortes automáticos dos gastos públicos. O Estado brasileiro fez um esforço significativo em termos de gastos para minimizar a vulnerabilidade social e econômica causada pela pandemia. Auxílio emergencial, flexibilização das leis trabalhistas e programas de crédito minimizam os efeitos econômicos da crise de saúde pública. Para 2020, a projeção para o PIB foi elevada, de -5,6% para -4,4%, refletindo as surpresas positivas sobretudo para setores da indústria e comércio. Por ora, as pressões inflacionárias pontuais não devem provocar mudanças na política monetária no curto prazo. A Selic deve permanecer em 2% ao ano com inflação na meta em 2020 e 2021. O quadro inflacionário prospectivo será ainda mais favorável com o movimento de apreciação cambial esperado, em um cenário de consolidação fiscal. As pressões por gastos em decorrência da covid devem permanecer elevadas e a equipe econômica segue com espaço político limitado.

Política

As eleições locais eram apontadas como o principal obstáculo para o acompanhamento das reformas. O governo aguardaria o desfecho da competição eleitoral para mobilizar apoio à agenda econômica, especialmente com relação à política fiscal. O quadro político atual, contudo, segue bastante incerto. O lado positivo aparece na decisão do governo em não prorrogar o auxílio emergencial, mesmo em um cenário de não aprovação de um novo programa de transferência de renda. Por outro lado, o governo não deve conseguir aprovação o orçamento de 2021 antes da final do ano, mantendo a incerteza com relação às bases fiscais. Dito de modo mais direto: os principais conflitos no campo da político econômica não tiveram soluções políticas. As eleições municipais deixaram duas lições principais para o quadro político. Os resultados mostraram o peso dos ativos políticos no sucesso de uma candidatura. Assim, a tendência é de o presidente Bolsonaro se filiar à uma legenda tradicional em busca da reeleição. As urnas mostraram que há um maior equilíbrio entre os partidos políticos, dificultando a gestão da coalizão, especialmente diante do racha no planalto.



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